18 de março de 2010

Projetos de Acesso ao Computador - DIY


Retomando os posts então...Sorry pela demora, mas estive um pouco away da web nos últimos meses, apesar de estar firme e forte com a prática da TA em atendimentos, avaliações e projetos, incluindo a minha pesquisa de mestrado que, em breve, quando sair do forno, incluo aqui.

Tenho me deparado com diversos projetos de recursos para o acesso ao computador confeccionados quase que artesanalmente, a fim de propor alternativas a importação, diminuindo os custos, e impulsionando a indústria com equipamentos com a etiqueta "verde e amarela", como diria o meu caro professor orientador, Vilson Batista. A estimativa é de que saiam do protótipo e alcancem uma parcela da população que realmente necessita ter acesso a esse tipo de recursos.


Projeto gaúcho de óculos para acesso ao computador.


Fonte: Zero Hora de 17/03/2010

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1§ion=Economia&newsID=a2840785.xml&utm_source=zerohora&utm_medium=facebook&utm_content=%C3%B3culos&utm_campaign=zhfacebook

Óculos com sensores, que funcionam como um mouse de computador, transformaram três amigos em celebridades em Charqueadas, na região Carbonífera. E podem facilitar o acesso à internet de tetraplégicos, a um custo cem vezes menor do que as opções atuais.

Alexandre Sampaio, de 19 anos, Cléber Quadros e Filipe Carvalho de 18, foram recebidos com carreata na cidade depois de levar sua criação ao quadro Domingão da Invenção, no programa do Faustão do último dia 7, e depois faturar prêmios em uma feira de engenharia em São Paulo.

Os alunos do curso de Mecatrônica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul) criaram o óculos-mouse na disciplina de Eletrônica. O projeto facilita que um tetraplégico use o computador. Na tela, o cursor do mouse se mexe conforme os movimentos de cabeça de quem usa. Para clicar, basta piscar.

– Pensamos nos movimentos possíveis a um tetraplégico e tentamos criar esses óculos. Deu certo – vibra Filipe.

Deu trabalho. De junho a novembro do ano passado o trio mergulhou na ideia de dia, em uma sala cedida no IFSul, e à noite, com o quarto de Cléber transformado em quartel-general. Com a solda, a furadeira e placas eletrônicas espalhadas, era um minilaboratório com área de lazer. Morador de São Jerônimo, Filipe virou inquilino do QG.

– Ele só ia embora no fim de semana – conta Cléber.

Baratear o equipamento era o desafio. Óculos similares já existem no mercado, mas podem custar até R$ 5 mil. A invenção dos gaúchos custa R$ 50. O sensor original, responsável por captar os movimentos de cabeça, sai por R$ 100. Uma chave de mercúrio, com a mesma utilidade, R$ 2,60.

Concluídos e testados, os óculos-mouse figuraram entre os quatro projetos do IFSul inscritos na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na última semana em São Paulo. Na véspera do embarque de ônibus, receberam um telefonema.

– A secretária do campus disse que era do Domingão do Faustão. Os óculos-mouse iam participar de um quadro do programa, e a gente precisava ir até o Rio – recorda Filipe.

Na hora, riram. Só acreditaram no dia seguinte, quando receberam as passagens aéreas. No Domingão, apresentaram os óculos-mouse ao vivo por 10 minutos, concorrendo com outros dois projetos indicados pela Febrace. Com 56% dos votos do público, os gaúchos levaram o troféu do programa.

– A gente se deitou no camarim e não parava de rir. Não parecia verdade – conta Alexandre.

Após o programa, o celular não parava – pai, mãe, avó, vizinhos, amigos queriam dar os parabéns, lembra Alexandre. Na semana seguinte, a participação na Febrace rendeu mais prêmios: primeiro lugar nas categorias Engenharia e Criatividade, terceiro em Inovação Tecnológica, duas distinções especiais da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, vaga em uma feira no Maranhão, em agosto.

Famosos, os óculos-mouse já estão em processo de registro. A ideia agora é colocá-los no mercado. O quanto antes.